Quanto mais não-dita, melhor a paixão.

Posted by Itala Pereira | Posted in | Posted on quinta-feira, setembro 30, 2010


[...] Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer — e pensando mais longe, por isso mesmo literatura é sempre fraude. Quanto mais não-dita, melhor a paixão.

(Caio F. Abreu)


__
É, teoricamente...

Comments (0)

Postar um comentário